
O seleccionador nacional Carlos Queiroz mostrou-se hoje muito crítico com a postura assumida por Luiz Felipe Scolari na mudança de comando técnico de Portugal, lamentando não ter havido uma "passagem de testemunho"."Entendia que Scolari tinha o dever de o fazer. Eu fiz a minha obrigação, ele entendeu que não devia fazer a parte dele. Não quis falar comigo? Provavelmente. Decidi esperar até que esse canal se possa abrir. Neste momento, temos outros canais, mas eu e Scolari não falamos", adiantou o técnico português, entrevistado esta noite por Judite de Sousa na RTP1. Queiroz afirmou que não teme as comparações com o técnico brasileiro, que liderou a Selecção Nacional entre 2002 e o Mundial deste ano, mas salientou que o mais importante é trabalhar para fazer ainda melhor."Não me incomodam as comparações, mas eu não quero fazê-lo. Partilho do sentido comum, senti-me prestigiado e honrado por aquilo que Portugal foi fazendo ao longo dos últimos anos e é uma herança que pretendo elevar a outros patamares", frisou, acrescentando de imediato: "Julgo que estamos no princípio e para fazer um juízo concreto do meu trabalho teremos de deixar passar algum tempo. Quanto tempo? O tempo suficiente para consolidar a equipa. O objectivo inicial é chegar à fase final do Mundial, mas isso passa por ganhar o próximo jogo, e depois o seguinte. Nem me passa pela cabeça não alcançar esse objectivo".Carlos Queiroz referiu-se ainda há onda de entusiasmo que Scolari conseguiu suscitar junto dos adeptos em volta da equipa das quinas. "Temos todas as condições para afastar o pessimismo. A simpatia do público vai crescer com os resultados. Em matéria de bandeirinhas, não tenho lições a receber nessa área. Em 1985, não havia jogadores que soubessem cantar o hino, fui eu que lhes ensinei. Naturalmente, seria melhor ter dois anos para preparar a equipa como aconteceu no ciclo anterior. Comigo, não foi possível, porque estava a começar a qualificação. Mas, com o tempo, acredito que iremos estar ao nível desejado", concluiu.






