“Quero qualidade no passe do Benfica! Pensem no jogo! Pensem!” Quique Flores não cessou de procurar retirar o melhor de cada atleta no treino em que o plantel voltou a estar completo. Num apronto à séria, quente, intenso, ritmado e elucidativo, foi possível retirar algumas conclusões nesta antecâmara da campanha europeia que arranca em Nápoles (quinta-feira). Com única ausência – David Luiz prossegue com tratamentos –, o treinador encarnado promoveu exercícios de circulação e transição de bola rápida, ao primeiro toque, com desmarcações e passes longos para o companheiro em movimento. A cartilha, portanto, mantém-se. Ayala dissera que Quique “não altera os seus princípios e gosta de assumir o jogo.” Perante um oponente complicado, diferente dos demais da Liga portuguesa, Flores mantém a mesma estrutura e filosofia.“Pressiona Di María, vai Urreta, isso Nuno Gomes”, ouvia-se no recinto do Seixal. Dispondo a equipa em 4x4x2, mesclando habituais titulares com reservas, o técnico pediu velocidade e pressão, uma exigência extensível a todos os sectores.
Duro
Ciosos e conscientes do momento que se respira na Luz (tempo de definições, com o grupo fechado até eventuais mexidas em Janeiro), os futebolistas trataram de corresponder com afinco, protagonizando, aqui e ali, alguns momentos picantes e peculiares: Sidnei teve entrada sobre Zoro e Yebda tocou duro no pé de Balboa; Miguel Vítor fintou Aimar rodopiando sobre a bola; e Zoro, outra vez protagonista, desta feita com uma “falta” sobre Di María, o qual se revelou agastado, esbracejando com o companheiro.O apronto foi de tal maneira intenso que o jovem argentino chegou mesmo a perder a pulseira-amuleto que transporta na mão direita: foi Yebda quem lha entregou quando a recolheu do relvado.
Três defesas
Em Nápoles, o Benfica encontrará uma formação alinhada num sistema (3x5x2) pouco usual em Portugal. E, ontem, Quique Flores confrontou os dois desenhos (o seu e o napolitano), demandando atenção ao sector defensivo – “Cuidado com a basculação Sidnei”, disse, antevendo o posicionamento dos italianos em campo – e afinco aos elementos ofensivos – “Em cima dos defesas.”
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